sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Para quem ainda não entendeu bem o espírito da coisa


Verdade que não caguei regras – e nem farei isso de agora em diante, no que depender de mim. Mas é auto-explicativo o fato do blog intitular-se ‘Opino Aqui’. Por isso é que cuspo as linhas seguintes. E, para inutilizar qualquer dúvida, utilizo como exemplo um comentário alheio por aqui postado. Leiam-no sabendo que dele subtraí o alvo/pessoa da crítica, em termos nominativos, desde o início:

“Fulano de Tal, você é um saco. Você se acha o rei da cocada preta. VOcê é uma xícara cheia. Você é chato. Ninguém gosta de você. Fique por aí porque Aracaju, está melhor sem você. #TenhoDito #ProntoFalei #Desabafei. E Anderson, não censure meu comentário. #Fui”

Postado no www.opinoaqui.blogspot.com em 23/11/2010 (Mas já devidamente defenestrado!)

Gente, por estas plagas seria uma contradição censurar qualquer tipo de opinião. Esse modesto blog intenciona abrir espaço justamente para que as pessoas dêem vazão aos seus comentários, opiniões e afins. Mas não me parece justo que alguém opine e não assine embaixo do que pensa.

O comentário anônimo que gerou esse texto não carregou nas tintas e nem ofendeu ‘a moral e os bons costumes’. Mas revela algo incômodo nos tempos andantes: a discordância parece ser algo de que todos fogem. Ou, ao menos, algo que todos evitam assumir às claras.

Tudo bem que, como diria aquele quase ex-representante nosso no parlamento, “em Sergipe todos se conhecem.” Mas será que a discordância é algo tão ofensivo assim?

Opinar é uma atitude louvável, seja qual for a opinião. Concordar ou discordar são consequencias. Se as colocações forem feitas de forma civilizada e vierem assinadas, agradeço penhoradamente. Não se trata, portanto, de censura. Mas de resguardar um ponto óbvio: sua opinião é SUA. Faça-a valer, assuma-a e, no mais, estamos conversados.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A arte da esquiva e quando não usá-la faz muito bem

No boxe a esquiva é algo tão importante quando um portentoso soco. São rounds e mais rounds em que o lutador, ao esquivar-se, evita ser atingido, óbvio, mas atua também para cansar o adversário e, dessa forma, encontrar o melhor momento para encaixar um golpe para nocautear o oponente.

Já na política é tão corriqueira a prática da esquiva que ninguém nem mais percebe a sutileza que esse ‘bailar’ sobre os ringues das disputas administrativo/eleitorais revela. É lógico que é complicado para um político falar tudo o que pensa e fará, em especial quando ele ocupa um cargo importante e que, pelas suas decisões, a vida de muita gente pode mudar para melhor ou pior.

Mas a desfaçatez da classe política anda tão escancarada que mesmo a esquiva necessária em temas como segurança e economia, por exemplo, onde nem todas as informações podem ser abertas a qualquer momento sob risco de colocar a própria sociedade em perigo, acaba sendo uma atitude confundida com a tal da ‘safadeza’ do político – lugar comum com o qual, infelizmente, a maioria dos políticos parece concordar e até se esmeram para manter.

Por isso que poder participar de uma sabatina com o vice-prefeito de Aracaju e atual secretário municipal de Saúde, Silvio Santos, no Nós no Cabaré – idéia bem legal dos jornalistas Chico Freire, Eliz Moura e Ferreira Filho, que acontece todas as quintas, às 20h, no bar Templo Gelado, rua Joventina Alves, esquina com rua Euclides Paes Mendonça, no bairro Salgado Filho – foi algo tão importante para ver como o debate político pode funcionar de forma afirmativa, sem os mesmos velhos ardis tão empregados nessa prática e que afastam cada vez mais as pessoas de tão importante assunto.

Sílvio encarou

Cerca de 30 pessoas, na maioria jornalistas, não tiveram dó e nem piedade de Silvio Santos durante quase três horas de questionamentos agudos e provocadores, até. Mas eis que o novíssimo secretário de Saúde de Aracaju, apenas três dias após assumir o cargo, não se negou a nenhuma pergunta e de forma firme, mas sem agredir ou reclamar, respondeu a tudo.

E olha que tivemos momentos de emoção aflorada, cutucadas meio que politizadas e, quase que na sua totalidade, questionamentos que atingiam em cheio a ferida da saúde municipal. Mas nada ficou sem resposta. Silvio Santos encarou de frente e foi assertivo, assumiu culpas que nem dele são e, o principal, mostrou que está com muita disposição para acertar.

Claro que para quem não estava no Nós no Cabaré pode parecer que Silvio Santos encarou nesse ‘ringue’ uma platéia amistosa, pelo fato dele também ser jornalista. Mas, creiam, ele teve que suar mesmo para dar conta de tanta demanda. Aliás, confira a matéria completa sobre a essa noitada diferente e produtiva no site da Bella Mafia (http://www.bellamafia.org/2010/11/silvio-santos-anuncia-plano-emergencial.html).

“Corro o risco”

De minha parte, aproveitei para provocar. Perguntei a Silvio se ele acredita que o perfil técnico deve suplantar o político e se assumir essa tarefa da saúde não significava que ele desistiria de disputar a prefeitura de Aracaju em 2012. E não é que o danado devolveu a provocação de forma surpreendente?

Assumiu que pode, sim ,ser candidato, afinal é vice e, como tal, é lembrado para substituir o atual gestor, Edvaldo Nogueira. E que não enxerga diferença entre o técnico e o político, mesmo porque o primeiro, quando atua numa secretaria, por exemplo, atende a um projeto político. “E quem disse que político não pode correr risco?”, asseverou quando respondia sobre as implicações que seu desempenho na secretaria pode ter em seu futuro político.

E nem mesmo quando tirei um velho sarro – que já vem desde os tempos em que trabalhei na cobertura esportiva sergipana – de ‘incentivá-lo’ a concorrer à presidência do Sergipe, seu time do coração, e pedi que ele dissesse quem estava pior, a saúde de Aracaju ou o clube de futebol, ele se esquivou. “Olha, no Sergipe as coisas estão mais próximas de serem resolvidas, pois vem eleição no clube por aí e existem dois candidatos que têm tudo para fazer um bom trabalho”.

Então foi assim, de um jeito franco e direto, que Silvio Santos encarou os golpes que foram desferidos não contra ele, claro, mas contra o atual estado da pasta que ele assumiu recentemente. Diante de tudo o que aconteceu, não fica difícil entender porque ele merece mesmo ser sempre lembrado para disputar a cadeira de prefeito da capital sergipana em 2012.

Com a força de seus argumentos e com a possibilidade de provar, na prática, toda a sua capacidade administrativa, é sem dúvida um forte candidato. Mas, se isso ocorrer, de qualquer forma a população já sai ganhando por não ter nele, no próximo pleito, um político que se esconde atrás das palavras. Pelo contrário, as utiliza para golpear com um direto a cara dos que, por preguiça, desencanto ou burrice mesmo, insistem em desqualificar todos os políticos pela forma como a maioria deles age, esquecendo que, mesmo que tudo pareça a mesma merda, é preciso separar bem as coisas, já que é na política que se decide a vida da maioria.

Por isso, Silvio, valeu você não se esquivar das perguntas. Sua coragem de encará-las e absorver os golpes mais duros são demonstrações de que os próximos rounds dessa luta nossa por uma vida melhor conta com um lutador de qualidade. E que não vai deixar o povo ir às cordas e nem à lona sem ao menos lutar pra valer, dando às caras e todo o gás necessário. Então, que soe o gongo!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Conselhos úteis para colegas de trabalho que são bem legais

O trabalho enobrece. Tanto isso é verdade que o microcosmo do ambiente corporativo é um imenso aprendizado, constante e certeiro. Por isso que, quando escrevi sobre os coleguinhas escrotos que se pode ter em um emprego, um grande número de acessos e comentários estiveram por aqui. Mas, para dirimir quaisquer dúvidas, esclareço que não há nada factual nos relatos sobre os ‘feladaputas’ que nos cercam em horário comercial. Tanto é verdade que aproveito para exaltar uma outra figura, absolutamente antagônica à primeira, que é o bom colega de trabalho.

Este não se sente incomodado pelo outro, sente-se complementado. Também não se sente ‘dono’ da empresa, sabe-se parte integrante. E, para surpresa dos que têm a alma diminuta, geralmente são os que são muito bons no que fazem que, incrível ironia, não estão nem aí para a disputa sórdida que visa descobrir quem consegue esticar o saco do chefe ao máximo – um adendo: de onde será que surgiu a expressão ‘puxa-saco’? Porque, olha, se for o saco escrotal, dóóóói...

Há um quê de professor no bom colega de trabalho. Mas ele carrega em si a cumplicidade de um colega de sala de aula que faz questão de ensinar e aprender com você. Não diria que estes são minoria, isso depende muito do perfil da corporação. Mas que as pessoas legais no âmbito corporativo são meio que caçadas pelo ‘lado negro da força’, isso são. Então, para que ‘o cara legal’, a ‘menina figura’, o ‘tiozinho gente boa’ e outros que possuem o dom de iluminar o seu ‘das 8 às 12 e das 14 às 18’ não sumam para sempre, lá vão alguns toques (inclusive aproveitando os que me foram enviados via comentários no texto anterior) para que o colega de trabalho gente boa não desista e mude de emprego – te deixando só nessa porra, né?

Quando o ‘feladaputa’ encher a paciência, ria, seja feliz (ainda que isso doa), pois o sacana ficará ainda mais puto ao perceber que não te atingiu; seja frio, calculista e, na hora certa, puxe o tapete do mau colega sem drama de consciência, afinal ele faz mal a você, aos outros colegas e à empresa; não confunda sorrisos com amizades, isso pode não acabar bem; se os malditos forem maioria, foque ainda mais no trabalho e ligue o botão do ‘foda-se’; faça um esforço hercúleo, mas não leve para sua vida a aporrinhação que é trabalhar com um idiota; e, finalmente, se nada disso der certo, venha trabalhar comigo, eu agradeço!

E aí? Opinas aqui? Ou melhor: homenageias por aqui alguém que merece integralmente a alcunha de ‘colega de trabalho do bem? Vai, fica a vontade, a casa – e a opinião também – é sua.

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Conselhos úteis para colegas de trabalho escrotos

Salário é dor. Tarefas ordinárias cansam. Chefes tresloucados podem também te enlouquecer. Mas não existe nada pior do que um (a) colega de trabalho ‘feladaputa’, pra ir no popular mesmo. E como tem gente dessa raça espalhada em tudo quanto é ambiente de trabalho. Parecem uns ‘gremlins’ procriando-se às centenas em contato com a água – ou com o ar resfriado dos escritórios e afins.

Mas porque será que esse tipinho desprezível, por óbvio que seja a sua inutilidade, ainda consegue espaço e colocação? Atravancando o trabalho alheio, essa pessoinha bem que poderia obter uma indelével marca de bota na bunda. Mas isso não é tão fácil por conta das ‘mil caras’ que ela é capaz de adotar. Aí vêm os docinhos, quindins, ‘queridinho’, ‘a sua inteira disposição’ e um incrível arsenal de babações, puxações e similares que enjoam e enojam quem está focado em ‘apenas’ garantir resultados positivos a partir da sua força de trabalho.

Lógico que cair na vala comum de apenas apontar os defeitos desse tipo de gente seria meio que agir com as mesmas armas, dando sinais de que você também fracassou na sua vida profissional e que agora precisa ficar cheio de nhém-nhém-nhéns para garantir seu emprego. Por isso mesmo que nem me preocupo em traçar aqui um perfil psicológico, antropológico, sociológico ou algo que o valha dessas figurinhas. A intenção real aqui é tão somente cuspir na cara de quem quiser usar essa carapuça algumas sugestões básicas.

Então lá vai: vai procurar o que fazer; tente ser útil no que faz; pare com essa subserviência de fachada; se não quiser elogiar o chefe pelas costas, não o faça apenas na presença dele; se quiser detonar o chefe pelas costas, peça demissão; tenha coragem, afinal não existe apenas um emprego; monte seu próprio negócio e descubra como é chato ter um empregado puxa-saco; converse menos e faça mais; lembre que a vida dos seus colegas é algo que se passa fora do trabalho e não é da sua conta; produza de verdade; gabe-se menos e exemplifique mais; e, finalmente, se não se adaptou/interessou por nenhum desses toques, VÁ PENTEAR MACACOS.

E você? Também tem ‘coleguinhas’ de trabalho escrotamente insuportáveis? Divida conosco sua experiência logo abaixo. Você não imagina o quão isso pode ser prazeroso...

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Todos nós seremos AMERICANÓIDES

Sabe quando você fica atordoado? Quando nem é possível descrever exatamente o que você viu por conta de sua abestalhação diante do que foi visualizado? Mas que, ainda assim, você tem certeza que viu algo tão absurdo, mas tão absurdamente estranho que chega a ser patético? Isso aconteceu comigo recentemente. E foi tão incômodo que, como esse é um espaço para apenas opinar, abstraio-me da verve jornalística - meio que também para evitar um confronto mercantil/jurídico, pois não somos tolos, lógico! - e nem vou repetir exatamente o 'quê' vi e li. Mas não deixarei de questionar e, principalmente, de inquirir aos que aqui estiverem sobre essa porra que tanto me incomodou.

Lá venho eu dirigindo sofregamente o meu trôpego carro. Aracaju, avenida Beira Mar, sentido Centro/Atalaia. E quase na ponte sobre o rio Poxim surge um 'outdoor', de resto espalhado por todo o Estado, imponente, magnânimo, que brada que 'colégio' ou 'escola' ou 'centro educacional'  'fulano de tal' arvora-se de ser o único que possui o 'currículo', a 'grade', a 'metodologia', o 'método', o 'jeito', a 'forma', o 'estilo'ou seja lá o que for, 'A M E R I C A N O' de ensinar.

Nossa! Incrível! Inenarrável! Mas, na boa, e sem histerismos ideológicos à esquerda ou à direita, o que essa coisa 'A M E R I C A N A' acrescenta num planejamento escolar? Observemos que no ensino médio deles, o 'high school', não existem gênios, super atletas, top models milionárias ou similares maturados nessa fase da educação dos norte-americanos - a não ser que se acredite nos filmes infanto-juvenis que saem aos montes dos fornos das produtoras cinematográficas deles.

Então o que seria a tal forma 'A M E R I C A N A' de ensinar? Se tiver um ensino de inglês que permita ao aluno sair fluente, beleza. Mas isso nem está lá no anglo-saxônico 'outdoor' (pelo menos eu não consegui ler, ok?). E nessa questão de idiomas, para ser bem sincero, o efeito seria devastador se a propaganda estampasse um 'Ensinamos Mandarim Garantido'. Aí, creiam, mesmo diante de todo 'domínio cultural imperialista', para não fugir dos tais estereótipos, o sucesso seria gigantesco diante da obviedade econômica (olhe ao seu lado AGORA e veja se aí existem mais produtos chineses ou norte-americanos... é foda, não?).

Pois é, né? Tanta coisa para que uma instituição educacional utilize como diferencial, como 'plus a mais' - aqui é só pra sacanear, certo? -, mas a turma quer mesmo insistir na parada dos 'A M E R I C A N O S'. Como se não fossemos todos seres viventes da doce América. Só os de cima teriam, por esse prisma troncho, prioridade. Tudo bem, espero um dia - que pode até demorar, eu tenho paciência e fé em Deus, vá lá - ver um colégio ter coragem para dizer: 'Somos a Única com Método Sergipano de Ensino'. E isso não é bairrismo provinciano. Mesmo porque, diante de tantas possibilidades tecnológicas acessíveis, é possível ensinar e aprender nos ensinos básico e médio, em Sergipe, ou em qualquer lugar desse país, a porra (again?) do 'american way of life'. Mas os norte-americanos, sabidos como são, só se dedicariam a tentar entender nossa sergipanidade através de uma disciplina especial e específica em alguma de suas renomadas universidades. Percebe a diferença? Isso é o que penso e por aqui opino. E você?