sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Todos nós seremos AMERICANÓIDES

Sabe quando você fica atordoado? Quando nem é possível descrever exatamente o que você viu por conta de sua abestalhação diante do que foi visualizado? Mas que, ainda assim, você tem certeza que viu algo tão absurdo, mas tão absurdamente estranho que chega a ser patético? Isso aconteceu comigo recentemente. E foi tão incômodo que, como esse é um espaço para apenas opinar, abstraio-me da verve jornalística - meio que também para evitar um confronto mercantil/jurídico, pois não somos tolos, lógico! - e nem vou repetir exatamente o 'quê' vi e li. Mas não deixarei de questionar e, principalmente, de inquirir aos que aqui estiverem sobre essa porra que tanto me incomodou.

Lá venho eu dirigindo sofregamente o meu trôpego carro. Aracaju, avenida Beira Mar, sentido Centro/Atalaia. E quase na ponte sobre o rio Poxim surge um 'outdoor', de resto espalhado por todo o Estado, imponente, magnânimo, que brada que 'colégio' ou 'escola' ou 'centro educacional'  'fulano de tal' arvora-se de ser o único que possui o 'currículo', a 'grade', a 'metodologia', o 'método', o 'jeito', a 'forma', o 'estilo'ou seja lá o que for, 'A M E R I C A N O' de ensinar.

Nossa! Incrível! Inenarrável! Mas, na boa, e sem histerismos ideológicos à esquerda ou à direita, o que essa coisa 'A M E R I C A N A' acrescenta num planejamento escolar? Observemos que no ensino médio deles, o 'high school', não existem gênios, super atletas, top models milionárias ou similares maturados nessa fase da educação dos norte-americanos - a não ser que se acredite nos filmes infanto-juvenis que saem aos montes dos fornos das produtoras cinematográficas deles.

Então o que seria a tal forma 'A M E R I C A N A' de ensinar? Se tiver um ensino de inglês que permita ao aluno sair fluente, beleza. Mas isso nem está lá no anglo-saxônico 'outdoor' (pelo menos eu não consegui ler, ok?). E nessa questão de idiomas, para ser bem sincero, o efeito seria devastador se a propaganda estampasse um 'Ensinamos Mandarim Garantido'. Aí, creiam, mesmo diante de todo 'domínio cultural imperialista', para não fugir dos tais estereótipos, o sucesso seria gigantesco diante da obviedade econômica (olhe ao seu lado AGORA e veja se aí existem mais produtos chineses ou norte-americanos... é foda, não?).

Pois é, né? Tanta coisa para que uma instituição educacional utilize como diferencial, como 'plus a mais' - aqui é só pra sacanear, certo? -, mas a turma quer mesmo insistir na parada dos 'A M E R I C A N O S'. Como se não fossemos todos seres viventes da doce América. Só os de cima teriam, por esse prisma troncho, prioridade. Tudo bem, espero um dia - que pode até demorar, eu tenho paciência e fé em Deus, vá lá - ver um colégio ter coragem para dizer: 'Somos a Única com Método Sergipano de Ensino'. E isso não é bairrismo provinciano. Mesmo porque, diante de tantas possibilidades tecnológicas acessíveis, é possível ensinar e aprender nos ensinos básico e médio, em Sergipe, ou em qualquer lugar desse país, a porra (again?) do 'american way of life'. Mas os norte-americanos, sabidos como são, só se dedicariam a tentar entender nossa sergipanidade através de uma disciplina especial e específica em alguma de suas renomadas universidades. Percebe a diferença? Isso é o que penso e por aqui opino. E você?

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