Não. Eu não inicio essa opinada (hehehe) com o objetivo de divagar sobre as maledicências ou ‘bemdicências’ do ensino público ou privado. A educação do título é outra. É aquela que vem de casa, de berço e da forma como os pais encaminham seus filhos. Sou pai e, por isso, tenho total consciência do terreno totalmente pantanoso em que invisto neste texto.
A questão que trago à tona é uma que a mídia estrepitosamente alardeou nos últimos dias. Refere-se ao caso Neymar, jogador do Santos, que foi tratado como ‘mal educado’ pelo técnico do Atlético-GO, Renê Simões. Um cara que tem vasto currículo no futebol – independente de ser um ‘colecionador de títulos’ ou não – alertou que o comportamento do jovem jogador santista precisa de um freio diante das atitudes malcriadas demonstradas em campo.
Deve ser mesmo um osso duríssimo ter em casa um ‘aborrescente’ que, no auge da mais tenra idade, já é um astro. Mas, como a maioria das famílias deve avaliar, esse sucesso do ‘moleque’ também é uma benção. Já pensou nas benesses que um filho endinheirado pode oferecer aos pais? Mas é aí que o bicho – e não se trata daquele que, futebolísticamente, é oferecido aos jogadores por cada vitória importante – efetivamente pega.
Como dizer ao garoto para que ele se comporte se o seu ‘destempero’ é combustível para jogadas geniais? Como pedir que o ‘pivete’ abandone a irreverência se está nela o seu maior trunfo dentro de campo? Ainda mais quando o ponto facilmente identificável como comum entre os jogadores de futebol é que eles, quase que invarialvelmente, são oriundos de famílias de baixa renda!
O que sobra, então, para ‘recuperar’ Neymar? Olha, na boa, acredito que um puta zagueiro, tão genial e eficiente quanto o atacante do ‘Peixe’, seria a solução educacional para o guri. Quando o jogador/pseudo-problema encarar alguém, em campo, que não seja facilmente subjugado pelos seus dribles e artimanhas, seguramente entenderá que ele, assim como todos nós, também tem limites. E aí o Neymar poderá, por força de uma coisa básica, a inevitável realidade, educar-se muito bem na escola da vida, aprendendo que ser bom ou ser ótimo são coisas importantes na trajetória profissional. Mas que ser humano, passível de erros, é condição essencial para nos mantermos gente de verdade, nem monstros e nem fracos. Apenas gente de verdade!
Pois é, mais uma vez opinei. E você, está esperando o quê?