quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Campeões de verdade precisam de diferenciais para se firmarem

Não esperem aqui uma resenha do jogo Confiança 2 x 2 Santos. Isso você encontrará de sobra na net. E também nem vislumbre que nas linhas seguintes traçarei um histórico do time de juniores do Confiança. Se quiser dados técnicos, eles também abundam no cyber-universo.

Aqui só focarei em uma questão: o que é que forma uma equipe de verdadeiros campeões? Treino e disciplina são básicos em qualquer esporte. Talento, nato ou desenvolvido, também marca a vida de qualquer atleta. E podem ter certeza de que as dificuldades da vida, quando insistentemente combatidas, também contribuem para o sucesso.

Combinamos, então, que esses ‘detalhes’ fazem parte da receita vencedora desde sempre. Mas esses pontos, juntos e bem trabalhados, por si só não garantem a vitória. Há que se ter um molho, um toque diferenciado.

Pois bem, na minha opinião – e gostaria de saber a sua também – o ‘dedo de Midas’ a abrilhantar atletas ou equipes vencedoras de verdade, independente do resultado final, se dá com a presença de duas coisas fundamentais: personalidade e fé. E o catalisador disso tudo, no time do Confiança, tem nome: o técnico Lima, um guerreiro que já merece ser imortalizado no capenga futebol sergipano.

A propósito: o Confiança volta a jogar na Copinha no dia 9, às 14h, contra o São Carlos, e no dia 12, às 16h, contra o Atlético-AC. Acompanhe as partidas e entenda porque, independente de qualquer outra coisa, inclusive dos resultados, Lima é o maior nome do nosso futebol.

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Tanta celeuma em torno das nomeações governamentais é uma tremenda bobagem


Tem governo novo no país em 1º de janeiro, com Dilma Roussef (PT) assumindo a presidência. Assim como tem novo período administrativo em Sergipe a partir da mesma data – sendo que os sergipanos concederam ao governador Marcelo Déda (PT) mais quatro anos à frente da gestão estadual.

Mas o que anda ‘pegando’ mesmo no noticiário são as nomeações para os cargos que comporão as administrações vindouras. E são tantos ‘diz-que-me-disse’, exercícios de adivinhação e críticas sobre a forma de escolha de nomes que até parece que existe algo de realmente novo nessa parada toda.

Primeiro vem um insistente (e relevante, diga-se) questionamento quanto à capacidade dos nomeados. Bom, em relação aos que estréiam na administração pública – algo mais comum na esfera federal, por se tratar de um novo governo desde a gestora principal -, não há muito que se falar, sendo que o aguardar e o conferir em relação às ações futuras configura-se na mais correta (e prudente, para não queimar a língua logo de saída) ação.

Já em relação aos que seguem nos cargos – aqui numa referência mais próxima da situação sergipana -, o desempenho até o momento é que fala por si. Basta ver o que os nominados já realizaram e, daí em diante, avaliar com base em fatos.

Num segundo instante, o que a imprensa mais critica são as ‘negociações’ em relação às nomeações. Partido ‘x’ leva ‘y’ cargos, legenda tal encaixa ‘fulano e sicrano’ e cotas variadas são devidamente carimbadas pelos analistas de plantão. E, de maneira geral, num tom bem agressivo e denuncista, como se estivessem sendo formadas ‘máfias inescrupulosas’ para gerirem a máquina estatal.

Mas, na boa, onde é que está o motivo de tantos regramentos sobre os métodos de escolha de auxiliares para o Executivo por parte da mídia? Em que momento foi que a população concedeu aos colunistas e/ou comentaristas, por exemplo, esse ‘poder’ sobre a formação de futuros governos?

Opinar – e isso aqui, no blog, é uma regra – é um exercício correto sempre. “Olha, penso que em tal vaga encaixa-se bem Beltrano da Silva, pelo seu perfil.” Ou ainda: “esse ou aquele segmento partidário têm compromissos que se coadunam com essa ou aquela pasta.” Até aí, exerce-se a saudabilíssima opinião.

Mas o que vemos nas páginas dos jornais e da net, nos programas de rádio e telejornais variados, são simplificações simplórias – com o perdão da redundância – do tipo: “partido negocia apoio em troca de cargos”, ou, pior ainda, “o gestor ficará refém da agremiação”.

Só tem uma coisinha básica: quem recebeu o direito de escolha da equipe de auxiliares foi o vencedor da eleição, de forma democrática. E lá, no período eleitoral, quem venceu já contava com apoios políticos explícitos – ao menos em termos partidários. Será que os analistas midiáticos esperavam que os eleitos dessem um ‘chute na bunda’ de quem os apoiou? Isso sim é que seria uma excrescência em governos que se formam depois de uma eleição legitimada pelo voto popular.

Então, fica a sugestão aos pretensos formadores de opinião: questionem, com extremada veemência, mudanças que, por ventura, aconteçam no decorrer das gestões. E estejam atentos ao desempenho dos que forem escolhidos desde o primeiro dia de trabalho deles.

E deixem pra lá essa bobagem de ‘formar governos na tora’. Porque isso, na real, nem de longe se parece com uma abalizada opinião. Na verdade, o que fica no ar nesses casos é uma caricata vontade de influenciar decisões que o povo, com sua sabedoria expressada através do voto, outorgou a quem se candidatou, se expôs e venceu a eleição. À imprensa, pelo bem da sociedade, cabe fiscalizar os que exercem o poder. Não combina com o bom e isento jornalismo o papel de exercer, ele próprio, o poder. Mesmo porque não há procuração assinada pela população para tão pretensioso intento.

E aí, já que você chegou até este ponto neste quilométrico e opinativo texto, que tal dar a sua opinada básica também?

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Quando o medo de que coisas boas passem despercebidas vale um texto

Imagine você participar de um evento em que as pessoas que são ‘as estrelas’ do acontecimento simplesmente não querem nada mais do que fazer a própria parte – ou que, ao menos, não desperdiçam nenhuma força na autopromoção (com ou sem hífem?), focando basicamente em seus trabalhos sociais. Isso é algo tão singelo e, ao mesmo tempo, tão cruel para quem vive de e da ‘mídia’ que acaba valendo um texto por aqui.

Fui convidado para entregar um troféu para figuras anônimas que, por conta de suas histórias bem particulares, fazem mesmo a diferença em nossa sociedade. Trata-se do "III Simpósio Nacional Anônimos na História”, evento realizado pelo pessoal do curso de História da Universidade Federal de Sergipe (UFS) e que segue até o próximo sábado, 11.

Mas foram tantas histórias interessantes, todas amarradas por um eixo social decisivo, que passei a me perguntar: porque diachos tem tanta gente que aparece midiaticamente sem nada fazer ou dizer de interessante? Aquelas pessoas ali, no evento da UFS, merecem louros e reconhecimentos, e os tiveram na abertura do simpósio. Mas se elas nem ‘existem’ além daquele universo particularíssimo, em termos de ‘notícia’, o que as motivaria a continuar com suas atividades de voluntariado exemplificador de forma tão segura e constante?

Aí me bateu uma ideia e muitas apreensões. Ora, não cabe mais na mídia a geração espontânea de acontecimentos. E nem ações que, por si, calem no coração de todos e, assim, virem notícia – logicamente excetuando-se tragédias e afins. Por isso é que omito, propositadamente, cada nome, cada história e uma por uma das maravilhas que pude presenciar para fazer um desafio: alguém pode ir à UFS e desenterrar do limbo comunicacional aquelas 11 histórias – foi esse o número de homenageados – e trazê-las à tona?

Não me atrevo a fazê-lo por estar do ‘outro lado’ do jornalismo. Enquanto assessor de comunicação abstenho-me, até para não reduzir belas situações à mesmice de um release qualquer. E agora imploro que jornalistas em atuação efetiva deem  um pulinho na UFS até o próximo sábado (dia 11, para ficar bem claro) e cavem essas pautas do bem. Elas não têm nada de incomuns, ninguém faz milagres por lá. Mas são histórias que merecem ser contadas. Quem se habilita?

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Para quem ainda não entendeu bem o espírito da coisa


Verdade que não caguei regras – e nem farei isso de agora em diante, no que depender de mim. Mas é auto-explicativo o fato do blog intitular-se ‘Opino Aqui’. Por isso é que cuspo as linhas seguintes. E, para inutilizar qualquer dúvida, utilizo como exemplo um comentário alheio por aqui postado. Leiam-no sabendo que dele subtraí o alvo/pessoa da crítica, em termos nominativos, desde o início:

“Fulano de Tal, você é um saco. Você se acha o rei da cocada preta. VOcê é uma xícara cheia. Você é chato. Ninguém gosta de você. Fique por aí porque Aracaju, está melhor sem você. #TenhoDito #ProntoFalei #Desabafei. E Anderson, não censure meu comentário. #Fui”

Postado no www.opinoaqui.blogspot.com em 23/11/2010 (Mas já devidamente defenestrado!)

Gente, por estas plagas seria uma contradição censurar qualquer tipo de opinião. Esse modesto blog intenciona abrir espaço justamente para que as pessoas dêem vazão aos seus comentários, opiniões e afins. Mas não me parece justo que alguém opine e não assine embaixo do que pensa.

O comentário anônimo que gerou esse texto não carregou nas tintas e nem ofendeu ‘a moral e os bons costumes’. Mas revela algo incômodo nos tempos andantes: a discordância parece ser algo de que todos fogem. Ou, ao menos, algo que todos evitam assumir às claras.

Tudo bem que, como diria aquele quase ex-representante nosso no parlamento, “em Sergipe todos se conhecem.” Mas será que a discordância é algo tão ofensivo assim?

Opinar é uma atitude louvável, seja qual for a opinião. Concordar ou discordar são consequencias. Se as colocações forem feitas de forma civilizada e vierem assinadas, agradeço penhoradamente. Não se trata, portanto, de censura. Mas de resguardar um ponto óbvio: sua opinião é SUA. Faça-a valer, assuma-a e, no mais, estamos conversados.

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

A arte da esquiva e quando não usá-la faz muito bem

No boxe a esquiva é algo tão importante quando um portentoso soco. São rounds e mais rounds em que o lutador, ao esquivar-se, evita ser atingido, óbvio, mas atua também para cansar o adversário e, dessa forma, encontrar o melhor momento para encaixar um golpe para nocautear o oponente.

Já na política é tão corriqueira a prática da esquiva que ninguém nem mais percebe a sutileza que esse ‘bailar’ sobre os ringues das disputas administrativo/eleitorais revela. É lógico que é complicado para um político falar tudo o que pensa e fará, em especial quando ele ocupa um cargo importante e que, pelas suas decisões, a vida de muita gente pode mudar para melhor ou pior.

Mas a desfaçatez da classe política anda tão escancarada que mesmo a esquiva necessária em temas como segurança e economia, por exemplo, onde nem todas as informações podem ser abertas a qualquer momento sob risco de colocar a própria sociedade em perigo, acaba sendo uma atitude confundida com a tal da ‘safadeza’ do político – lugar comum com o qual, infelizmente, a maioria dos políticos parece concordar e até se esmeram para manter.

Por isso que poder participar de uma sabatina com o vice-prefeito de Aracaju e atual secretário municipal de Saúde, Silvio Santos, no Nós no Cabaré – idéia bem legal dos jornalistas Chico Freire, Eliz Moura e Ferreira Filho, que acontece todas as quintas, às 20h, no bar Templo Gelado, rua Joventina Alves, esquina com rua Euclides Paes Mendonça, no bairro Salgado Filho – foi algo tão importante para ver como o debate político pode funcionar de forma afirmativa, sem os mesmos velhos ardis tão empregados nessa prática e que afastam cada vez mais as pessoas de tão importante assunto.

Sílvio encarou

Cerca de 30 pessoas, na maioria jornalistas, não tiveram dó e nem piedade de Silvio Santos durante quase três horas de questionamentos agudos e provocadores, até. Mas eis que o novíssimo secretário de Saúde de Aracaju, apenas três dias após assumir o cargo, não se negou a nenhuma pergunta e de forma firme, mas sem agredir ou reclamar, respondeu a tudo.

E olha que tivemos momentos de emoção aflorada, cutucadas meio que politizadas e, quase que na sua totalidade, questionamentos que atingiam em cheio a ferida da saúde municipal. Mas nada ficou sem resposta. Silvio Santos encarou de frente e foi assertivo, assumiu culpas que nem dele são e, o principal, mostrou que está com muita disposição para acertar.

Claro que para quem não estava no Nós no Cabaré pode parecer que Silvio Santos encarou nesse ‘ringue’ uma platéia amistosa, pelo fato dele também ser jornalista. Mas, creiam, ele teve que suar mesmo para dar conta de tanta demanda. Aliás, confira a matéria completa sobre a essa noitada diferente e produtiva no site da Bella Mafia (http://www.bellamafia.org/2010/11/silvio-santos-anuncia-plano-emergencial.html).

“Corro o risco”

De minha parte, aproveitei para provocar. Perguntei a Silvio se ele acredita que o perfil técnico deve suplantar o político e se assumir essa tarefa da saúde não significava que ele desistiria de disputar a prefeitura de Aracaju em 2012. E não é que o danado devolveu a provocação de forma surpreendente?

Assumiu que pode, sim ,ser candidato, afinal é vice e, como tal, é lembrado para substituir o atual gestor, Edvaldo Nogueira. E que não enxerga diferença entre o técnico e o político, mesmo porque o primeiro, quando atua numa secretaria, por exemplo, atende a um projeto político. “E quem disse que político não pode correr risco?”, asseverou quando respondia sobre as implicações que seu desempenho na secretaria pode ter em seu futuro político.

E nem mesmo quando tirei um velho sarro – que já vem desde os tempos em que trabalhei na cobertura esportiva sergipana – de ‘incentivá-lo’ a concorrer à presidência do Sergipe, seu time do coração, e pedi que ele dissesse quem estava pior, a saúde de Aracaju ou o clube de futebol, ele se esquivou. “Olha, no Sergipe as coisas estão mais próximas de serem resolvidas, pois vem eleição no clube por aí e existem dois candidatos que têm tudo para fazer um bom trabalho”.

Então foi assim, de um jeito franco e direto, que Silvio Santos encarou os golpes que foram desferidos não contra ele, claro, mas contra o atual estado da pasta que ele assumiu recentemente. Diante de tudo o que aconteceu, não fica difícil entender porque ele merece mesmo ser sempre lembrado para disputar a cadeira de prefeito da capital sergipana em 2012.

Com a força de seus argumentos e com a possibilidade de provar, na prática, toda a sua capacidade administrativa, é sem dúvida um forte candidato. Mas, se isso ocorrer, de qualquer forma a população já sai ganhando por não ter nele, no próximo pleito, um político que se esconde atrás das palavras. Pelo contrário, as utiliza para golpear com um direto a cara dos que, por preguiça, desencanto ou burrice mesmo, insistem em desqualificar todos os políticos pela forma como a maioria deles age, esquecendo que, mesmo que tudo pareça a mesma merda, é preciso separar bem as coisas, já que é na política que se decide a vida da maioria.

Por isso, Silvio, valeu você não se esquivar das perguntas. Sua coragem de encará-las e absorver os golpes mais duros são demonstrações de que os próximos rounds dessa luta nossa por uma vida melhor conta com um lutador de qualidade. E que não vai deixar o povo ir às cordas e nem à lona sem ao menos lutar pra valer, dando às caras e todo o gás necessário. Então, que soe o gongo!