quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Brasil: ame-o ou mate-o!

“E comeeeeeeeeça mais um mês de setembro! Os Patriotas tocam a bola. Mas os Nem Aí ficam só olhando o lance. E o jogo segue em velocidade. O time todo vai para o ataque. Vem chegando o dia 7 de Setembro aí. Tá de cara pro crime. Bateu e... gooooooooooooool! Ééééééé da pátria amada Brasil! Il, il, il, il...”.

Não, calma aí, nem pense que eu não gosto de futebol, eu adoro. Nem também pense que estou a utilizar as famosas comparações futebolísticas apenas como um recurso para chamar a sua atenção. A real é que, quando setembro chega, me vem aquela vaga lembrança de que este é o mês da Independência do Brasil, il, il.

Digo vaga porque, por mais que eu vagabundeie por aí, não encontro sequer uma bandeirinha, mínima que seja, gritando ao vento o verde, amarelo, azul e branco da nossa pátria, como que a honrar alguma mínima noção de patriotismo de nossa parte.

Mas há uns três meses a profusão de badeirinhas, bandeirolas, faixas, camisetas e o caralho a quatro – à zero? – forrava todas as cidades do país numa paixão incandescente pela seleção brasileira de futebol. Poxa, é bem legal a seleção brasileira da CBF. Mas porque excluímos a pátria dessa festa cívica justamente quando chega a data correta para isso?

Nada contra a manifestação de amor pela equipe de futebol. Mas não dá para se manifestar também pelo país que ela representa? E nem venham com essa história de falso moralismo, ufanismo utópico e cego ou coisa que o valha. Estou falando aqui é de mercado, vender bandeira, camisa, faixa, cerveja, alegria e quetais. Movimentar a roda da economia por uma razão mais legal – ainda que menos divertida – do que o futebol.

Também nem adianta lembrar que no dia 7 de setembro, a fatídica e independente data, tem os Desfiles Cívicos. Naquele circo as pessoas querem mais é exibir suas crias – “olha que linda minha filha, ainda bem que meu celular faz fotos. Tá tão bonita...”- e o sentido patriótico da coisa vai avenida abaixo também, num carnaval torto em que a bateria tem tons marciais e bem menos molejo.

Fica assim, então: setembro ao menos tem feriado nacional. Não tem nada de civismo sendo respirado e/ou ventilado pelas nossas ruas. E copa do mundo só tem de quatro em quatro anos. Portanto, amigos, bandeirinhas e festa pelo ‘orgulho patriótico’ só em 2014. Puta que o pariu, viu? Iu, iu, iu, iu, iu.

4 comentários:

  1. Se vc acha q os brasileiros n são patrioticos, precisa ver os peruanos durante as 'fiestas pátrias'.. kkkkk uma pérola! http://www.perufail.com/2010/08/13/peru-o-mais-grande-do-mundo/

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  2. De fato somos somos tão "patrióticos" que fazemos até chacota da desgraça do País. Creio que a escola não tem cumprido o seu papel fundamental neste sentido. Lembra dos hinos que a gurizada cantava no início da aula? Pois é. Isso praticamente não existe mais.

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  3. Chega a dar inveja o patriotismo americano no dia da independência deles né? E chega a dar raiva o descaso e a falta de respeito, seja de quem "desfila", ou seja de quem "assiste" os desfiles de 7 de setembro. Ou é por exibição, ou por obrigação, salvo raríssimas excessões. Dia 7 estarei lá, pelo Brasil e pelo teatro (vc vai entender, pois vai assistir). Pelo menos eu vou ser mais patriota durante o desfile do que eu fui durante a copa, isso eu tenho certeza. Adorei o blog, voltarei sempre.

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  4. Quem foi a pátria que me pariu? Uma prostituta, chamada Brasil esqueceu de tomar a pílula e a barriga cresceu..

    Das duas uma: ou as escolas retomam com a matéria de direito cívico como era antigamente (e bem como Alvinho disse) ou daqui em diante as gerações começarão a pensar que hino só existe o nacional e que a bandeira do país serve para a Fifa fazer o merchan lá fora do nosso futebol. Sem referência nenhuma.. com as ideias vagas sobre o que é pertencer a uma nação com cultura diversificada e achar que o "padrão" de patriotismo será sempre dos norte americanos e sua bitolação exarcebada - às vezes com e também sem fundamento/critério de posse/impacto 'sócio-territorial'.

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